sábado, 6 de novembro de 2010

Dois Poemas

I

Nas tardes quentes
nada mais que fazer:
Esquecer as mãos
aquietadas como aranhas
e amarrar o silêncio
à pura solidão
do silêncio.

Ii

Quisera desabar sobre ti
como chuva forte.
As coisas são boas quando destroem
e se deixam destruir.
Só assim eu venho:
Eco de profundas grutas,
nada leve
uma irrealidade
estar aqui.

Só sei amar assim
E é assim que te lavro, deserto.

Olga Savary

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